domingo, 20 de junho de 2021

AUM - Belorizonte - 1983


 

Aum foi um breve e raro cometa que passou por minha terra, Belo Horizonte, gravando apenas um disco curto porém, de um simbolismo marcante para nós mineiros. Banda um tanto obscura, com poucas informações sobre seus integrantes e o número de cópias prensadas na época. 

Trata-se de um disco totalmente instrumental, uma espécie de retrocesso à moda antiga ao jazz e Rock Progressivo dos anos 70, junto com algumas influências sinfônicas que fazem ouvinte lembrar e muito da cena Canterbury daquela época.

A faixa de abertura "Tema pra Malu", se inicia de forma bem suave com sax e guitarra se entrelaçando em ritmos simples mas de muito bom gosto. A faixa logo evolui para um solo de guitarra mais agudo que me remeteu de imediato ao Caravan que, usava com muita frequência esse tipo de distorção em suas composições. 

"Serra do Curral", um dos maiores e belos símbolos de nossa cidade é narrada com muita delicadeza em uma fusão de Jazz e MPB, aqui não há percussão, mas acordes de guitarra criativos, linhas de baixo em alto nível e um solo de violão clássico de muito bom gosto.

A faixa que dá nome ao disco, na minha opinião, vale por todo o registro. Repleta de variações em seu decorrer, se inicia de forma leve e tranquila passando por um solo de teclados que novamente fazem lembrar ao movimento Canterbury. Caminhando para o final, entra um belo solo de baixo que se entrelaça em seguida com a bateria criando assim uma atmosfera de peso. 

"Nas Nuvens", e os primeiros segundos não são muito atrativos, mas após um certo tempo, a música muda repentinamente de vibe, com um ótimo riff de baixo e excelente execução de bateria. As passagens do teclado são muito agradáveis ​​para quem, assim como eu, admira por demais o instrumento. 

"4:15" vejo como um resumo de todo o disco. Novamente regada a uma atmosfera Fusion ao extremo com ênfase aos solos de sax e guitarra. 

Fechando o registro vem a linda faixa "Tice", mais lenta com uma bela introdução de piano, acompanhado de belas passagens de guitarra. As linhas de baixo apresentadas em seu encerramento são de extremo bom gosto. 

Aum gravou Belorizonte de forma independente em 1983 no renomado estúdio Bemol localizado, á época, no bairro Serra em BH. Local muito tradicional por aqui, foi um dos primeiros estúdios na América Latina a possuir um aparato de áudio profissional para gravações em alto nível. Por lá já passaram grandes mineiros como Milton Nascimento, Toninho Horta, Nivaldo Ornellas, Tavinho Moura, Uakti, dentre muitos outros. 

Atualmente o disco em questão se tornou um dos nomes nacionais mais procurados entre os colecionadores mais exigentes não somente no Brasil. Algumas raras cópias estão disponíveis em sites especializados a preços absurdos.

Porém, os preços praticados nesses sites valem pela procura pois se trata de um disco de nível absurdo ao qual é altamente recomendado a quem gosta e aprecia o Rock Progressivo e/ou o Fusion em sua totalidade.


TRACKS:

01. Tema Pra Malu 

02. Serra Do Curral 

03. Belo Horizonte 

04. Nas Nuvens 

05. 4:15 

06. Tice 


MEGA





2 comentários:

  1. Incrível presente para os seguidores do ProgRockVintage na ocasião do seu retorno. Obrigado, Luciana!

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  2. Obrigada a você, Gustavo! Por estar sempre presente em todos os momentos! Obrigada mesmo!♥️

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