Formado em Milão no fim de 1972, o Maxophone foi um sexteto singular no cenário progressivo italiano, marcado pela fusão de duas vertentes: metade de seus integrantes eram músicos formados em conservatórios, enquanto a outra metade vinha de uma base mais pesada, voltada ao rock e ao jazz. Esse encontro resultou em uma sonoridade rica e diversificada, que incorporava instrumentos pouco usuais no rock progressivo — como trompa, trompete, clarineta e vibrafone — ao lado dos clássicos do gênero, incluindo um saxofone envolvente e um Hammond de peso.
Assim como diversas bandas da época, o Maxophone soube mesclar estilos de maneira ousada, combinando o fusion com o progressivo sinfônico, passeando por passagens mais intensas até encontrar a delicadeza do folk. Em certos momentos, a atmosfera pode até remeter à fase mais aventureira do King Crimson, mas sempre com uma identidade própria, onde cada detalhe instrumental é parte fundamental da narrativa musical.
Embora não tenha alcançado a popularidade dos grandes medalhões italianos, o Maxophone conquistou status de banda cult entre os admiradores do gênero. O grupo participou de diversos festivais, excursionou com o Area em 1976 e, no mesmo ano, subiu ao palco do lendário Festival de Montreux. Posteriormente, gravou uma apresentação para a emissora italiana Rai, registrada apenas em 2008 em uma caixa repleta de raridades.
Infelizmente, o único álbum oficial da época foi lançado em 1975 pelo selo Produttori Associati, e a versão que apresento aqui é a original em italiano. Apesar de ser comum naquele período o lançamento simultâneo em inglês, considero que a versão italiana preserva melhor a coerência e a força das composições.
Já em 1977, um segundo álbum estava pronto, mas acabou engavetado devido à falência do selo. Somente em 2005 o material veio à tona sob o título From Cocoon to Butterfly, acompanhado de faixas inéditas.
Para quem aprecia o progressivo italiano em toda sua riqueza e sofisticação, o Maxophone é uma descoberta obrigatória. Uma verdadeira joia escondida, capaz de dialogar com os gigantes do gênero sem jamais perder sua autenticidade.
TRACKS:
1. C'è Un Paese Al Mondo
2. Fase
3. Al Mancato Compleanno Di Una Farfalla
4. Elzeviro
5. Mercanti Di Pazzie
6. Antiche Conclusioni Nerge
7. Il Fischio Del Vapore
8. Cono Di Gelato
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