segunda-feira, 2 de maio de 2016

[RESENHA] ÚNITRI - SESC PALLADIUM - BH - 1º DE MAIO DE 2016

 
FOTO DO ACERVO ORIGINAL DE CARLOS VAZ - progressiverockbr.com



Belo Horizonte recebeu ontem com muito apreço os cariocas da banda Únitri para uma breve e corrida apresentação no palco do grande teatro do Sesc Palladium. 

Tinha tudo para ser um perfeito show mas por alguns percalços da produção do Marillion, ficamos com a nítida sensação de ter sido uma apresentação corrida e um pouco frustrante tanto para a banda quanto para o público presente. 
Chegando ao ponto de uma pessoa da equipe de produção pedir para que encerrassem a apresentação no meio da execução da última música. 
Achei essa uma atitude um tanto desrespeitosa para com os profissionais que ali estavam. 
Essa não foi a primeira e nem será a última vez que isso acontece por aqui. Algumas situações como essa já ocorreram outras vezes, envolvendo abertura de shows internacionais em grandes teatros de BH. Por essa e outras razões, valorizo ainda mais o progressivo nacional. O pessoal se desdobra pra abrir um show de renome internacional, gasta dinheiro do próprio bolso, carrega equipamento nas costas pra chegar no lugar e ficar a mercê dos caprichos de produtores que sequer respeitam os profissionais que também fazem música de muita qualidade.

Acompanhei um pouco a divulgação desse show por aqui e pude notar o quão empolgados e lisonjeados estavam os integrantes da banda por terem a oportunidade de tocar para o público de BH que admira, respeita e comparece aos shows de Rock Progressivo. Apesar de ter sido breve, foi uma apresentação a qual me agradou demais. 

ACERVO ORIGINAL DE CARLOS VAZ

Repentinamente e sem qualquer aviso, a banda entra no palco já entoando os primeiros e fortes acordes das duas últimas suites, "Luna" e "Zênite" que compõem a faixa "Trísceles" do primeiro e único disco lançado. 
Escolheram a música perfeita para abrir o show, instrumental impecável com belos solos de guitarra executados pelo talentoso guitarrista Andre Zichtl. Destaco também o baixista Rômulo Lima que além de conduzir o instrumento com uma pegada bastante peculiar ás complexas passagens progressivas, também possuía aos seus pés um bass pedal da série PK da Roland que chiava imponente por toda a acústica do teatro.
Em certos momentos, a letra de "Zênite" me remetia a uma certa influência ao Sagrado Coração da Terra, com suas referências á natureza e paz interior. Letra e música lindas por sinal.

A segunda faixa, Canção, abre o disco Minas, Cantos e Quintais
porém contamos com um novo membro nos vocais, o que deu um gás a mais para esse belo projeto que o Únitri vem fazendo. Marcus Larbos possui uma presença de palco muito marcante,trazendo consigo um vocal impecável. Não poderia haver substituo melhor ao que foi a passagem do também competente Danilo Ferreira pela banda.
ACERVO ORIGINAL DE CARLOS VAZ

Fechando a apresentação tivemos, em primeira mão, a execução da faixa inédita, "Each Minute" que fará parte do próximo álbum que já está sendo produzido. Faixa esta que, demonstra que o Únitri é uma banda completa, impressionando pelo entrosamento e técnica impecáveis entre seus  componentes. O tecladista Dilson Nascimento deu um show a parte com solos poderosos de sintetizadores acompanhado sempre pelo competente baterista, Michell Melo que demonstrou muita intimidade e técnica ao conduzir a banda nesse lindo espetáculo que, certamente ficará marcado na lembrança de muitos dos presentes na noite passada.

Fica aqui o meu agradecimento ao Únitri com a esperança de um breve retorno aos palcos de Belo Horizonte, em uma produção que esteja a altura do que a banda pode realmente nos apresentar. Fico na esperança de que na próxima vez venham com o disco novo já lançado.





5 comentários:

  1. Como sempre texto impecável! Parabéns Luciana!

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  2. Valeu Luciana, belíssimo trabalho o seu, você está de parabéns. Nota 10.

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  3. Luciana, sua resenha resumiu totalmente o que foi nosso show!...parabéns e muito obrigado tanto pela presença como pelo apoio.

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  4. Luciana,
    eu estava relembrando o show e resolvi reler a sua resenha. Melhor coisa que fiz. Você foi precisa nas palavras que destinou à nossa apresentação. Ficamos, sim, com aquele famoso gostinho de "quero mais", pois sabemos que o público de BH adora progressivo (e nós adoramos os mineiros e suas melodias). Espero que possamos retornar o mais breve possível para apresentar um show completo. Abraços! Rômulo Lima

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