domingo, 2 de dezembro de 2018

PROGNOISE (Porto Velho/RO)



Dentre as diversas bandas nacionais de Rock Progressivo já divulgadas por aqui, todas pertencem exclusivamente ao núcleo da região sudeste do Brasil, incluindo os estados de Minas Gerais e principalmente Rio de Janeiro e São Paulo. Bandas essas de diferentes vertentes ligadas ao gênero e que, de certa forma, possuem uma maior notoriedade entre os mais assíduos ao progressivo. 

Hoje, tento quebrar um pouco esse paradigma, bastante monopolizado por esses estados e trago aqui uma interessante banda oriunda da região norte do Brasil que, muito surpreendeu e chamou a atenção com a divulgação de seu primeiro EP nas redes sociais em 2015. 

Prognoise vem do estado de Rondônia, mais precisamente da capital Porto Velho e foi criada em 2012 pelo guitarrista Zeno Germano e o baixista Alessandro Amorim com a proposta de criar um som mais voltado para o progressivo, estilo esse pouco explorado nas regiões Norte/Nordeste. 
(Citando mais alguns nomes atuais, destaco as bandas Canyon de São Luís/MA, UltraNova de Belém/PA e a já conhecida Anjo Gabriel de Recife/PE, onde também merecem um maior destaque em futuras publicações neste espaço). 

Suas principais influências vêm de bandas clássicas como Crimson, Yes, Eloy, Jethro Tull e outras, passando também por nomes de grande notoriedade no Brasil como Som Nosso, Mutantes e O Terço. 
Em seus primórdios, a Prognoise era composta por uma série de músicos incluindo dois bateristas, um violinista e um flautista. No decorrer dos anos, a banda passou por mudanças de formação e acabou se readaptando para que fosse possível se apresentar em locais menores e de fácil logística para a locomoção de seus instrumentos. Fato este, que não mudou em absolutamente nada a maestria destilada pelo quinteto formado nos dias atuais. 

Liderada pelos membros fundadores, Zeno e Alessandro, a banda ainda conta com um trio de jovens e talentosos músicos que, nitidamente, chegaram para agregar ainda mais qualidade ao que a banda se propõe em executar. Além disso, a Prognoise se dispõe da participação do violinista local, Eduardo Barros durante as apresentações ao vivo. 

A formação atual conta com os seguintes músicos:

- Alessandro Amorim – Baixo e violão nylon 
- Anderson Benvindo – Teclado 
- Ícaro Dickow – Bateria 
- Victor Salles – Guitarra e violão
 - Zeno Germano – Voz, guitarra e violão


Seu primeiro EP lançado em 2015 e intitulado por Esquizóide, conta com seis faixas relativamente curtas e de intensa instrumentação onde intricados solos de guitarra e fragmentos de teclados se destacam no decorrer da audição. 
Minhas favoritas deste registro são 'Esquizóide' que abre o EP com uma bela simulação de imponentes sintetizadores e 'No Raiar do Dia', onde o tema progressivo se destaca em seus nove minutos de execução. Belas passagens de flauta são intercaladas a solos de guitarra e ao agradável vocal de Zeno.

Já o seu trabalho mais atual, Solar, lançado nesse ano conta com a formação citada acima além de competentes músicos convidados com intuito de preencher as variadas nuances instrumentais contidas neste álbum. 
Nota-se que esse trabalho possui uma maior maturidade em termos de arranjos, criando diversificadas atmosferas em seu decorrer. Mais uma vez, fortes solos de guitarra se destacam na maioria de suas faixas acompanhados pela expressiva cozinha baixo/bateria que formam a base para esse belo registro. 

Na minha opinião, a mais bela e longa faixa de Solar é a ´Hanging in the Garden', única com vocais em inglês onde o destaque maior nos primeiros minutos vem acompanhado por um tenro violino. Na sequência, as variações dos timbres de teclados se mesclam a agora, mais cadenciados solos de guitarra. Belíssima faixa que merece certa atenção!

É difícil pra mim definir a qual vertente do progressivo se encaixa a Prognoise até porque não sou profissional no assunto. Porém, percebo que a banda possui diferentes conotações que variam do progressivo sinfônico, passando por uma ambientação mais voltada para o Neo Prog e com o peso do Progressive Metal, devido ao uso excessivo de guitarras fortes e um tanto estridentes em certas passagens. Deixo claro que isso não é um problema, pelo contrário. Vejo na Prognoise uma extensa diversificação nas mais variadas ramificações que somente o gênero progressivo pode nos oferecer. É nítido que seus músicos são bastante virtuosos e extremamente preocupados em relação a qualidade de suas composições. 

Certamente, essa foi uma das mais difíceis publicações de minha autoria por aqui. Trata-se de uma banda extremamente técnica com nuances de difícil compreensão que fogem ao meu restrito e, muitas vezes, vago conhecimento musical. Não sou profissional no que se diz respeito a crítica musical e muito menos jornalística. Aqui está expressa apenas minha opinião com uma linguagem um tanto simplória, a fim de expor em palavras simples o meu ponto de vista sobre um trabalho vindo de uma banda a qual tenho um enorme apreço.

Deixo abaixo a íntegra dos dois trabalhos lançados pela Prognoise entre os anos de 2015 e 2018:




 Para maiores informações de como adquirir esses registros, recomendo que entrem em contato com a própria banda através de sua página oficial no Facebook.

3 comentários:

  1. Nossa, Lu, vc realmente sabe fazer uma resenha ótima, deliciosa de ler. Às vezes leio aqueles textos ultra técnicos dos caras do Prog Archives (e garotas como vc tb, que resenham lá) mas não acho um que tenha o seu charme! E claro, dando razão áo reconhecimento do talento do pessoal do Prognoise...Parabéns, Zeno e cia!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Você é um tanto suspeito para falar, caro amigo Hud! Mas agradeço sua colocação. Tento fazer o meu melhor.

      Excluir