AMANHÃ, 23/07/2016
Pertenço a uma época, lá pelo fim dos anos 90, em que algumas boas bandas independentes eram sinônimo de casa cheia pelos bares e palcos de diversos festivais em BH, onde possuíam um grande público cativo e que, certamente marcaram um tempo onde a boa música já começava a se tornar escassa.
Nessa nova geração de músicos que predominavam pela qualidade de suas composições, vimos surgir bandas como Somba, Cartoon, Mantra, Diapasão, Cálix, dentre outras. Algumas delas, infelizmente, não deram continuidade a seus projetos, sem sequer lançar algum material de divulgação. Mesmo assim, em Belo Horizonte surgiram nomes de peso não só pelo Brasil mas pelo mundo.
Um bom exemplo disso foi o Cartoon que tocou em diversos festivais pela América do Norte e Europa, provando ainda mais que a música mineira é sim um dos maiores destaques do nosso país por aquelas terras.
FOTO: FELIPE TEMPONI |
O Cálix possui uma trajetória bem interessante a qual pude acompanhar ao longo de seus quase 20 anos de carreira. A princípio, a banda tocava nas famosas calouradas de grandes universidades por aqui, fazendo dignas releituras de bandas como Beatles, Pink Floyd, The Who e Jethro Tull, sendo esta última o principal destaque das apresentações. Após algum tempo, a banda começa a encaixar faixas autorais ás releituras, agradando e conquistando ainda mais o público mineiro.
O primeiro trabalho autoral, Canções de Beurin foi lançado em 2000 em um show no Minas Centro com lotação máxima. Disco de estrondoso sucesso, foi gravado de forma independente onde apenas 3000 cópias foram prensadas, desaparecendo em poucos meses.
Algum tempo depois, foram prensadas outras 8 mil cópias, sendo lançadas pelo selo carioca Rock Symphony que, proporcionou a banda a distribuição e divulgação de seu primeiro trabalho em países da Ásia, Europa e América Latina.
Posso afirmar, sem dúvida que este é um dos 10 melhores discos de Rock Progressivo brasileiro dos últimos 30 anos. Disco este, bastante elogiado em vários países, gerando publicações de destaque em revistas especializadas no assunto.
Passados dois anos, o Cálix lança A Roda, menos voltado para o progressivo mas com belos arranjos e composições muito bem produzidas. Nesse disco, vemos os músicos mais maduros, entoando uma variação de influências de gêneros musicais bem diversificados. Algumas passagens dão certa ênfase ao prog/folk, com referências nítidas ao estilo que o Jethro Tull emanava em alguns de seus
FOTO: FELIPE TEMPONI |
Para o lançamento e divulgação em grande estilo de seu segundo trabalho, o Cálix fez um show épico no Palácio das Artes também em 2002 com ingressos esgotados.
Em outubro de 2006, a banda faz um show memorável para a gravação do DVD Cálix Ao Vivo também no Grande Teatro do Palácio das Artes. O show contou com a participação da percussionista Daniela Ramos e de uma orquestra especialmente formada para o evento, regida pelo maestro Rodrigo Garcia. Nesse mesmo ano, lançam a gravação desse show em CD com o nome de Ventos de Outono.
Vale lembrar que o destaque que a banda possui em BH, não é somente em virtude de teatros e festivais lotados mas também pelos shows de grandes nomes do progressivo internacional. Um exemplo disso, foi a abertura do show da banda holandesa Focus em 2005, em que o flautista Renato Savassi dividiu o palco com This Van Leer em um dueto de flautas de pura beleza e extrema qualidade. Um presente inesquecível para o público naquela noite. Outro exemplo, foi a participação da banda no extinto festival Rio Art Rock Festival no Rio de Janeiro, onde o Cálix abriu para os italianos do Il Baleto Di Bronzo.
Não me lembro bem o ano exato, mas não poderia nunca deixar de lembrar de um show ocorrido na saudosa Lapa Multi Show em BH, onde a banda deixou de lado todo o seu rico repertório autoral, para nos presentear com duas horas seguidas das mais lindas releituras de faixas "lado b" do Jethro Tull.
Cálix é:
Renato Savassi: vocal, flauta, violão e bandolim.
Sânzio Brandão: guitarra
Marcelo Cioglia: baixo e vocal
Rufino Silvério: teclado e vocal
Andre Godoy: bateria
A banda é composta por brilhantes músicos altamente qualificados, que estudam a fundo seus projetos, fazendo com que o Cálix seja sempre um exemplo de extrema dedicação para essa nova geração de músicos que surgem por terras mineiras. O mais interessante é que a banda, ao longo de todos esses anos, não sofreu nenhuma reformulação em sua formação, mantendo sempre o grande e nítido entrosamento entre seus membros, sempre mantendo a qualidade de suas composições seja em estúdio ou ao vivo.
Uma década após o lançamento de seu último disco, o Cálix nos presenteia agora com o álbum Caminhante, que terá sua estreia oficial em um show muito esperado no Teatro Bradesco. O disco foi gravado no condomínio Morro do Chapéu, nos arredores de BH, e contou com a produção de César Santos.
A apresentação está marcada para ás 21:00hrs do dia 23 de Julho com ingressos já praticamente se esgotando. Os mesmos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ou pelo site Compre Ingressos.
O excelente Teatro Bradesco está situado á Rua Da Bahia, 2.244 no bairro de Lourdes em Belo Horizonte.
IMPERDÍVEL!
Como divulgação, a banda disponibiliza a faixa Can You See It, que certamente estará presente no repertório de tão aguardado show.
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