sábado, 15 de fevereiro de 2020

RICK WAKEMAN - Boston - 1975

(Publicado originalmente no Pogrockvintage em Novembro de 2014)

Richard Christopher Wakeman dispensa comentários a maioria dos frequentadores deste modesto espaço mas que deve ser sempre lembrado por toda a sua indispensável contribuição ao que conhecemos hoje por rock progressivo.

Esse senhor no auge de seus 63 anos ainda possui a mesma genialidade diante seus teclados, dono de uma técnica invejável que muitos já tentaram imitar mas não chegaram nem perto da perfeição e destreza que somente ele consegue destilar. 

Wakeman foi um dos percursores quanto ao uso de sintetizadores e toda uma parafernalha eletrônica que o cercava em suas apresentações ao vivo. 

Pelo menos três Mini Moog os acompanhavam no palco além de um Hammond, pianos elétricos, um lindo Mellotron ao qual ele ainda toca com extrema maestria.

Sua carreira profissional teve início em 1970 na gravação do ótimo disco "From The Witchwood" da banda Strawbs e em 1971, se junta ao YES fazendo com que seu nome fique ainda mais conhecido e idolatrado por milhares de pessoas. 

Vale lembrar que Wakeman entrou e saiu do YES por diversas vezes e em diferentes espaços de tempo. Muito tumulto de bastidores está por trás disso e os fãs mais enérgicos do YES podem dar mais detalhes sobre os ocorridos da época. Não estou aqui para especular nada mas pelo que já li por aí, nosso querido Chris Squire não é flor que se cheire...

Em 1973, após a gravação do disco "Tales From Topographic Oceans", Wakeman deixa o YES pela primeira vez e vai dedicar-se a seu primeiro e brilhante projeto solo onde descrevia de forma genial todas as seis esposas de Henrique VIII em um disco intrumental que se tornou indispensável a qualquer discoteca básica. 

Em 1974, lança o "Journey To The Centre Of The Earth", disco conceitual baseado na obra de Julio Verne ao qual também dispensa comentários. Posso dizer que comecei a escutar o gênero progressivo depois que tive acesso a essa verdadeira jóia. A quem chegou a ler o livro, o disco em certas partes nos remete claramente aos cenários sombrios e mágicos descritos por Verne no decorrer da obra. 

Não posso e nem tenho vasto conhecimento para descrever aqui a extensa discografia deste ser icônico que influenciou gerações, inclusive essa que vos fala. Além de sua vasta carreira solo e idas e vindas pelo YES, Wakeman também trabalhou ao lado de grandes nomes como Alice Cooper, Black Sabbath, Elton John, Lou Reed, David Bowie, dentre outros fazendo participações em alguns discos clássicos.

Basicamente, meu primeiro contato de "terceiro grau" com o progressivo foi durante uma passagem de Wakeman por BH em 1994. Além de todo seu conhecimento ele trouxe na bagagem o filho Adam, que o acompanhou com uma certa timidez mas com muito talento diante do gigante que é seu pai. 
O show foi maravilhoso, estava tendo a honra de sentir ali ao vivo o que só ouvia nos discos e certamente, foi um momento único para uma menina de apenas 15 anos que saiu do show completamente deslumbrada e muito emocionada com tudo aquilo que tinha presenciado. 

Posso dizer que após esse dia muita coisa mudou, comecei a me dedicar mais e mais ao rock progressivo e hoje tenho a honra de compartilhar com todos vocês certas experiências que muitos aqui também já viveram. Indescritível!

Esse raro bootleg foi gravado na cidade de Boston em 11 de Outubro de 1975 durante a passagem de Wakeman pelos EUA na divulgação do também excelente álbum " The Myths And Legends Of King Arthur And The Knights OF The Round Table" lançado nesse mesmo ano. 


 Aqui consta apenas um pequeno mas excelente medley do album "Journey" dividido en algumas faixas e belíssimas versões de "Catherine Howard" e "Anne Boleyn", além das faixas do disco em evidência na época que também se tornou essencial. As três primeiras obras de Wakeman evidenciam com muita clareza toda a genialidade desse mestre que até hoje consegue me arrancar lágrimas dos olhos com suas belíssimas composições.
Creio que esta tour também passou pelo Brasil em 1976 com shows no Rio e São Paulo.

A qualidade se encontra impecável e com certeza vai matar a saudade de quem teve a oportunidade de vê-lo ao vivo em sua recente passagem pelo Brasil. Infelizmente, não estava presente mas esse show de São Paulo foi bem parecido com o que fui em 1994 em termos de setlist. Maravilhoso e de uma energia ímpar!


TRACKS:

DISCO I:

1. Intro
2. The Journey
3. Recollection
4. Catherine Howard
5. Lancelot & The Black Knight
6. Down And Out
7. Anne Boleyn
8. The Forest

DISCO II:

1. Arthur & Guinevere
2.  Catherine Parr
3. Merlin The Magician
4. Hungarian Rhapsody
5. The Battle

YANDEX

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