domingo, 28 de junho de 2015

CHRIS SQUIRE 4 de Março de 1948 - 28 de Junho de 2015

Acervo oficial - Asia


Desde cedo, venho tentando publicar uma singela homenagem ao Chris Squire, membro fundador do YES e o maior baixista de todos os tempos, mas ao invés de palavras saíam apenas lágrimas. Lágrimas de profundo pesar como se nesta manhã tivesse recebido a triste notícia da partida de um parente próximo ou um amigo muito querido.
Agora, recomposta em partes da terrível notícia, tive forças para rabiscar algo por aqui, afinal não poderia nunca deixar de escrever nem que seja uma linha de adeus a esse sujeito que me fez admirar e entender ainda mais esse complexo gênero musical intitulado por Rock Progressivo. 

Alguns meses atrás, Squire fora diagnosticado com um quadro de Leucemia Aguda onde eu acreditava que ele pudesse superar através de avançados tratamentos descobertos pela medicina atual. Me conformei com tal notícia e não deixava nunca de acreditar em sua recuperação apesar de todos os seus problemas com o álcool, que o deixou um tanto inchado nos últimos anos e com o peso acima da medida. Ele sempre foi magro e com a aparência relativamente saudável mas esses problemas foram apenas o começo de uma triste caminhada que hoje terminou em seu eterno descanso.

Nunca na vida tive a oportunidade de aprender a tocar algum instrumento musical (infelizmente) mas sou fascinada por flautas, baixos e teclados onde sempre me interessei em saber quem usava o que e qual tipo de timbragem era designado a cada instrumentista.
Alguns anos atrás tive a grande honra de ver de perto um lindo e pesado baixo Rickenbacker 4003 e tentar frustradamente entoar algumas de suas poderosas notas que ecoavam no estúdio como o barulho de um forte e poderoso trovão. Pura ilusão! Mas nada me tira a emoção e o fascínio de poder "tocar" um baixo da mesma marca usada por Squire que era sempre acompanhado por um modelo da série 4001S, fabricado nos anos 60. O som do Rickenbacker é uma coisa absurda, fora do normal onde nenhum baixo dessa categoria tem a capacidade de chegar aos pés da timbragem que Squire dedilhava em tão imponente instrumento, chegando ao ponto de ser considerado como a melhor linha de baixo de todos os tempos.

Hoje, perdi mais um ídolo, mais uma referência na música progressiva. Um sujeito um tanto mal humorado, carrancudo como pude ver na única apresentação do YES que tive a honra de assistir, mas ao qual tinha todo o meu respeito e admiração. No palco, um verdadeiro monstro que se destacava como nenhum outro baixista não só do progressivo mas na música como um todo.

Descanse Mr. Squire! 
A saudade será ainda maior todos os dias quando eu colocar os discos do YES pra tocar na minha vitrolinha...







5 comentários:

  1. Os mestres vão partindo um a um... Descanse em paz Squire!

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  2. Foi-se o músico, mas sua obra continua viva... e como... ainda poderemos ouvi-lo sempre que tocar Yes, ou alguma de suas obras solo... R.I.P. Mr. Squire...

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  3. Entendo bem o que você está sentindo, tive essa sensação de perda que você comenta, quando morreu George Harrison, e hoje, soube da morte de Chris pela TV, desci pra comprar um lanche pro meu filho, após um dia muito legal, e tive a péssima notícia através de uma pequena nota do Fantástico, pela TV do bar.
    Lembrei imediatamente dos domingos, numa época que não se tinha acesso aos vídeos como hoje, e várias foram as tardes que sai do Engenho de Dentro até Ipanema(quem mora no RJ sabe que é um chão) pra ir na sala de vídeo da Candido Mendes ver o YES! Dobradinha: Yessongs e Yes no Canadá, formação com Trevor Rabin.
    Lembrei com se fosse naquele momento, como se eu pudesse novamente chegar da escola e ouvir Closed to the Edge, não “apenas” a música, mas o disco todo.
    Lembrei do poster da Somtrês, lembrei que sem grana não fui ao Rock in Rio em 85, só dava pra ir em um show, e fui no dia 19(não me arrependo), com meus 14 anos foi um barato assistir Ac/dc, Ozzy, Whitesnake e Scopions.
    Mas o tempo foi passando e Beatles e Yes foram consagrados como as duas bandas que mais me identifico, a primeira foi minha melhor amiga, responsável por tantas coisas boas e momentos fantásticos. Já a segunda foi de certa maneira uma opção solitária, e muito forte, quantas vezes foi preciso defender o Rock progressivo(como se ele precisasse disso!) e era através do Yes que tudo ficava mais fácil, o Yes encerra qualquer discussão.
    Há pouco tempo, tomei coragem e voltei a pegar meu velho baixo semi acústico Giannini Dimond, comprado por acaso, fui em busca de um e acabei trazendo ele, quando vi que tinham vendido o que estava anunciado, vi de cara aquele baixo, ele me encarou... era pegar ou largar.
    Tento brincar de tirar linhas do Chris, como é difícil! Imagine criar isso, ter a ideia, trazer ao mundo as músicas que ele nos deu de presente.
    O solo de Chris no festival de Lukano é emocionante, o baixo simplesmente se rende, se entrega e ele domina, brinca e apesar do humor citado por você, o gigante sorri feito criança diante de um brinquedo novo.
    Essa é a lembrança que tenho dele, alegre e sorridente, sempre que o baixo se entregava pra ele.
    Já assisti muitos shows, mas alguns não saem da minha cabeça, o Yes na Tour The Ladder, eu ali na fila do Canecão e eles começaram a passar o som, Awaken, percebi que algo incrível estava pra acontecer, fiquei muito perto, não havia essa onda de pista vip, fiquei ali... entre Chris e Jon, naquela noite quem estava mal humorado era o Howe, mas Chris... e Jon, os dois são responsáveis por um dos shows que não saem da minha cabeça.
    São grandes lembranças, onde comprei esse disco, onde comprei essa revista...
    Um grande abraço pra você, pelo texto, e pelo bom gosto! Vai ser difícil pra mim ouvir Yes sem me emocionar por um bom tempo, mas vai passar, como passou com o Harrison, são experiências que precisamos ter.
    Não acredito na morte, acredito na imortalidade, acredito na transcendência, que acontece graças a unidade interna e coerência. Pensar, sentir e atuar numa mesma direção.
    Tenho comigo que a vida de Chris foi iluminada e torço que ele siga o caminho dele, vivo em luz, com certeza: Yes, Yes, Yes!

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  4. Descansa em paz. Estarás sempre vivo nos corações dos amantes da boa música. Daqui a dez mil anos ainda haverá alguém capaz de, seguindo as linhas melódicas do teu Rickenbacker, começar um mergulho ascendente nos mistérios do Infinito interior!

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  5. Grande Chris.He pasado muy buenos momentos escuchando tu maravillosa música.

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