Mais uma vez o Progrockvintage abre as portas para bandas autorais vindas de alguns cantos do Brasil. Sempre enfatizo e repito a importância na divulgação desse tipo de trabalho que é feito com muito empenho e extremo envolvimento de cada integrante. Não é nada fácil manter uma banda nos dias de hoje, principalmente quando o assunto é Rock Progressivo. Mesmo sabendo que o retorno financeiro é mínimo, os músicos investem muito em estudos complexos da teoria musical e em equipamentos extremamente caros. Muitos deles, possuem outras profissões para se manter mas sem perder a dedicação e o profissionalismo, deixando suas famílias, amigos e diversão nos fins de semana para compartilhar com o público que há de melhor na música.
Foto de Ricardo Antunes |
Os trabalhos eram totalmente independentes e as gravações eram feitas com muito capricho em pequenos estúdios onde as bandas lançavam alguns EPs e posteriormente, distribuíam em shows e festivais. Com isso, esses músicos receberam uma certa notoriedade por aqui e algumas destas bandas estão na ativa até hoje destilando o que há de melhor no Rock Progressivo.
Dessa leva de experientes instrumentistas, surgiu brevemente, a Orquestra Mineira de Rock que foi a perfeita junção das bandas Somba, Cálix e Cartoon tocando suas faixas autorias e algumas releituras. Esse foi um projeto bem bacana liderado pelo Cartoon mas anda meio esquecido, tomara que ressurja algum dia com um repeteco do show no Palácio das Artes em 2002.
Belo Horizonte possui um público muito fiel e seleto para o gênero, valorizando cada vez mais o cenário independente, lotando bares e festivais em busca de música de qualidade.
Acervo Mantra |
O Mantra nasceu em 1999 com uma ideia voltada para um som mais característico baseando-se ao máximo no estilo setentista com toques peculiares de psicodelia, beirando o experimentalismo em encaixar elementos do jazz, da música brasileira, do progressivo sinfônico mesclado a música erudita, em um estilo nada rotulável, onde o resultado final é certamente o que há de melhor quando se trata de rock psicodélico.
Foto de Ricardo Antunes |
São eles: Vinícius Moselli (guitarra, violões e voz), Igor Ribeiro (baixo, violões e voz), Hugo Bizzotto (teclados, flauta doce e voz), Léo Dias (bateria, flauta doce e voz), Rodrigo Boi (voz e violão) e Marcelo Dias (sax, flauta, voz e violão).
A parte instrumental, também impecável, segue uma forte e nítida influência aos medalhões progressivos dos anos 70 tais como Floyd, Crimson, VDGG ,Gentle Giant, dentre outras, passando pela atmosfera criativa e contagiante dos Mutantes. Vale sempre lembrar que o Mantra em suas apresentações ao vivo, além das composições próprias, faz releituras de algumas bandas bastante renomadas em performances impecáveis. Estive presente em algumas dessas apresentações e pude me esbaldar com versões de "Starship Trooper" (Yes), "Pictures of a City" (Crimson), "A Hora e aVez do Cabelo Nascer" (Mutantes), dentre outras.
No final de 2001, a banda lança oficialmente seu primeiro trabalho autoral composto por quatro faixas, intitulado por Contos do Plano Mental. Gravado nos estúdios tUpAtOo e produzido pelo engenheiro de som João Marcelo, o disco aborda temas do cotidiano e filosofia com destaque para a faixa "De Volta ao B-612", baseada no livro o "Pequeno Príncipe" que possui belas passagens flauta doce em meio a uma harmoniosa guitarra.
Com a repercussão positiva de seu primeiro álbum e algumas de suas belas releituras, a banda ganha certo destaque quando conquista o primeiro lugar no renomado Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana no ano de 2002 em evento organizado pela Uni-BH.
Foto de Ricardo Antunes |
Em 2008, foi aprovado na Lei Estadual de Incentivo à Cultura, o projeto “Ópera Rock - A Guerra dos Emboabas". Como diz o próprio nome, é uma ópera rock que conta a história da Guerra dos Emboabas, conflito dado no século XVIII entre Paulistas e Emboabas (forasteiros, em sua maioria europeus que queriam dominar as lavras auríferas na região das Minas). Infelizmente, o projeto foi inviabilizado por falta de captação, embora esteja quase finalizado.
Em 2012 com o objetivo de checar a receptividade do público, a banda lança o single "Maletta" em uma tiragem de 100 cópias distribuídas em shows entre algumas pessoas que acompanham a banda. Esse mesmo single tem a direção e produção musical do baterista Leo Dias, revisão musical pelo tecladista Hugo Bizzotto e gravações do baixista Igor Ribeiro.
A boa notícia é que a banda vem finalizando um novo álbum conceitual mas ainda não sabemos uma data certa para seu lançamento. Espero que seja em breve!
Enquanto isso ainda não acontece, o Mantra convida a todos para o show de lançamento do clipe "Rupestre" que será realizado no Stoneheng Rock Bar (BH) em 24/11 (domingo) a partir das 15 hrs. O download de divulgação dessa música encontra-se disponível neste link (torrent).
Aproveito para agradecer imensamente ao Leo Dias pela oportunidade concedida a mim em resenhar a respeito de uma das maiores bandas do cenário musical mineiro. Pessoalmente, foi uma grande honra ter sido procurada para expor minha opinião sobre a banda. Esse tipo de reconhecimento não tem preço!
Aproveito para agradecer imensamente ao Leo Dias pela oportunidade concedida a mim em resenhar a respeito de uma das maiores bandas do cenário musical mineiro. Pessoalmente, foi uma grande honra ter sido procurada para expor minha opinião sobre a banda. Esse tipo de reconhecimento não tem preço!
O Progrockvintage em parceria com a Musical Box Records disponibiliza um vídeo feito sem fins lucrativos, com a finalidade de divulgar o Mantra e outras bandas, em apresentações ao vivo realizadas em bares e festivais de Minas Gerais.
Ótimo! Ótimo! Muito legal mesmo. Parabéns pela matéria e obrigado por tudo. Um grande abraço
ResponderExcluirExcepcional texto de uma excepcional banda e excepcionais músicos.
ResponderExcluirParabéns redundante à você, Luciana, eterna mantenedora do Rock Progressivo em nossas cabeças. Mantra é, realmente, merecedor de todo apoio do público e amigos.